Homer Evolution

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terça-feira, 9 de março de 2010

CIVILIZAÇÃO MAIA


Foi uma cultura mesoamericana pré-colombiana, notável pela sua língua escrita (possuíam o único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano), pela sua arte, arquitectura, matemática e sistemas astronómicos.
Inicialmente estabelecidas durante o Período pré-clássico (2000 a.C. a 250 d.C.), muitas cidades Maias atingiram o seu mais elevado estado de desenvolvimento durante o Período clássico (250 d.C. a 900 d.C.), continuando a desenvolver-se durante todo o Período pós-clássico até à chegada dos espanhóis. No seu auge era uma das mais densamente povoadas e culturalmente dinâmicas sociedades do mundo.
Não foram os Maias que originaram a escrita, a epigrafia ou o calendário, mas esta civilização desenvolveu-os plenamente.
Hoje, os seus descendentes formam populações consideráveis em toda a área antiga maia. Muitas línguas Maias continuam ainda a ser faladas como línguas primárias.
A maioria da população rural contemporânea da Guatemala e Belize é Maia por descendência e idioma primário; em áreas rurais do México ainda existe uma cultura maia.
História
Evidências arqueológicas mostram que os Maias começaram a edificar a sua arquitectura cerimonial há 3000 anos.
Os monumentos mais antigos são simples montículos remanescentes de tumbas, precursoras das pirâmides, erguidas mais tarde. Os mais notáveis são as pirâmides que construíram nos centros religiosos, junto aos palácios dos seus governantes. Outros restos arqueológicos muito importantes são as chamadas estelas (os maias chamavam-lhes tetún ou “três pedras”), que são monólitos de proporções consideráveis que descrevem os governantes da época, a sua genealogia, os seus feitos de guerra e outros grandes eventos gravados em caracteres hieroglíficos.
Tinham uma economia preponderantemente agrícola embora praticassem activamente o comércio em toda a Mesoamérica e possivelmente para além desta. Entre os principais produtos do comércio estavam o jade, o cacau, o sal e a obsidiana.

Urbanismo



Ainda que as cidades maias estivessem dispersas na diversidade da geógrafa da Mesoamérica, o efeito do planeamento parecia ser mínimo. As suas cidades foram construídas de uma maneira um pouco descuidada, como ditava a topografia e o declive particular.
No início da construção em grande escala, geralmente estabelecia-se um alinhamento com as direcções cardinais e, dependendo do declive e das disponibilidades de recursos naturais como a água fresca, a cidade crescia interligando grandes praças com numerosas plataformas que formavam os fundamentos de quase todos os edifícios maias, por meio de calçadas chamadas sacbeob (singular sacbe).
No coração das cidades Maias existiam grandes praças rodeadas por edifícios governamentais e religiosos, como a acrópole real, grandes templos de pirâmides e ocasionalmente campos de jogo de bola. Imediatamente para fora destes centros rituais estavam as construções das pessoas menos nobres, templos menores e santuários individuais.
Ainda que a cidade se dispusesse no terreno da forma que a natureza ditava, era dada bastante atenção à orientação dos templos e observatórios para que fossem construídos de acordo com a interpretação maia das órbitas das estrelas.

Sistema de escrita

O sistema de escrita maia (geralmente chamada hieroglífica por uma vaga semelhança com a escrita do antigo Egipto) era uma combinação de símbolos fonéticos e ideogramas. É o único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano que podia representar completamente o idioma falado no mesmo grau de eficiência que o idioma escrito no velho mundo.
Lamentavelmente, os sacerdotes espanhóis, em luta pela conversão religiosa, ordenaram a queima de todos os códices maias logo após a conquista. Assim, a maioria das inscrições que sobreviveram são as que foram gravadas em pedra e isto porque a grande maioria estava situada em cidades já abandonadas quando os espanhóis chegaram.
Os livros maias, normalmente tinham páginas semelhantes a um cartão, feitas de um tecido sobre o qual aplicavam uma película de cal branca e eram pintados os caracteres e desenhadas ilustrações. Os cartões ou páginas eram atados entre si pelas laterais de maneira a formar uma longa fita que era dobrada em zigue-zague para guardar e desdobrada para a leitura.

Livros Maias:

•Chilam Balam
•Popol Vuh (que significa livro da reunião ou comunidade, considerado a Bíblia Maia)
•Rabinal Achí
•Anais dos Caqchiqueles
•Códices maias

Matemática



Os maias (ou os seus predecessores olmecas) desenvolveram independentemente o conceito de zero e utilizavam um sistema de numeração de base 20. As inscrições mostram que, em certas ocasiões, trabalhavam com somas de até centenas de milhões.
Produziram observações astronómicas extremamente precisas; os seus diagramas dos movimentos da Lua e dos planetas se não são iguais, são superiores aos de qualquer outra civilização que tenha trabalhado sem instrumentos ópticos. Aquando da conquista pelos espanhóis, já a civilização Maia tinha o seu sistema de calendários estável e preciso.

Religião

Assim como os astecas e os incas, os maias acreditavam na contagem cíclica natural do tempo. Os rituais e cerimónias eram associados a ciclos terrestres e celestiais que eram observados e registados em calendários separados. Os sacerdotes maias tinham a tarefa de interpretar esses ciclos e fazer um panorama profético sobre o futuro ou o passado com base no número de relações de todos os calendários.
A purificação incluía jejum, abstenção sexual e confissão e era normalmente praticada antes de grandes eventos religiosos.
Os maias acreditavam na existência de três planos principais no cosmo: a Terra, o Céu e o submundo.
Praticavam o sacrifício de humanos e animais como forma de renovar ou estabelecer relações com o mundo dos deuses. Normalmente eram sacrificados pequenos animais, como perus e codornas, mas em ocasiões muito excepcionais (tais como adesão ao trono, falecimento do monarca, enterro de algum membro da família real ou períodos de seca) aconteciam sacrifícios de humanos. Acredita-se que crianças eram muitas vezes oferecidas como vítimas sacrificiais porque os maias acreditavam que essas eram mais puras.
Os deuses maias não eram entidades separadas como os deuses gregos. Também não existia a separação entre o bem e o mal nem a adoração de somente um deus regula, mas sim a adoração de vários deuses conforme a época e situação que melhor se aplicava para aquele deus.

Papel das mulheres



Assim como era concebido pelos Maias, o papel das mulheres limitava-se apenas à reprodução. As jovens das linhagens de elite eram trocadas por mulheres de outras cidades, gerando redes de parentesco vinculadas a todas as regiões do mundo maia, sem a obrigação de se casar com mulheres ou homens da mesma linhagem.
Excepcionalmente, cidades como Palenque e Tikal admitiam que as mulheres da nobreza ocupassem papéis governantes, caso a linha de descendência masculina fosse interrompida.
As normas morais eram extremamente rígidas. O adultério era proibido e as mulheres que traíssem o marido eram mortas por apedrejamento. Como excepção, aceitava-se a poligamia. O divórcio era também aceite e, em caso de insatisfação, era permitido devolver a noiva durante o primeiro ano de casamento.
O consumo de álcool, tabaco e estupefacientes era um privilégio dos homens das castas superiores, que recorriam a estes para facilitar a comunicação com os antepassados e com outras entidades.
A chegada da puberdade era celebrada com um ritual durante o qual eram retirados os acessórios simbólicos da virgindade dos adolescentes: uma conta branca na cabeça dos homens e uma concha na cintura das mulheres.
Os pais dos homens encarregavam um adivinho para estudos astrais e predições sobre o futuro do casal, rejeitando a menina caso encontrasse incompatibilidades no significado dos nomes. Assim como em outras culturas, eles deviam pagar um dote e assumir uma série de compromissos sobre o sustento que o homem daria aos seus sogros no futuro.

Preocupação com o ambiente

Diversos estudos com sedimentos do fundo do mar, mostraram que um longo período de estiagem, incluindo quatro secas severas, caracterizou o momento de decadência dos Maias, nos séc. IX e XX d.C.
Achados arqueológicos revelam que a água era de suma importância para os Maias, já que as cidades tinham um sistema de coleta de água da chuva e de reservatórios.
Uma das possíveis explicações para o fim da civilização histórica, de acordo com pesquisadores, foi a exploração excessiva de um ecossistema frágil.

Calendário Maia



Graças a estudos minuciosos do movimento celeste em observatórios construídos para essa finalidade, os astrónomos maias foram capazes de determinar o ano solar de 365 dias. No calendário maia, havia um ano sagrado (de 260 dias) e um laico (de 365 dias), composto de 18 meses de vinte dias, seguidos de cinco dias considerados nefastos para a realização de qualquer empreendimento. Também adoptavam um dia extra a cada quatro anos, como ocorre no actual ano bissexto. Os dois calendários eram sobrepostos para formar a chamada roda ou calendário circular. Para situar os acontecimentos em ordem cronológica usava-se o método da “conta longa”, a partir do ano zero, correspondente a 3114 a.C. A inscrição da data registava o número de ciclos – kin (dia), uinal (mês), tun (ano), katun (vinte anos), baktun (400 anos) e alautun (64 milhões de anos) – decorridos até à data considerada. Acrescentavam-se ainda informações sobre as fases da Lua e aplicava-se uma fórmula de correcção de calendário que harmonizava a data convencional com a verdadeira posição do dia no ano solar.

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