Homer Evolution

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terça-feira, 16 de março de 2010

Antigo Egipto


História

Os Antigos Egípcios foram o resultado de uma mistura das várias populações que se fixaram no Egipto ao longo dos tempos, oriundas do nordeste africano, da África Negra e da área semítica. Antigo Egipto é a expressão que define a civilização da Antiguidade que se desenvolveu no canto nordeste do continente africano, onde actualmente se localiza o país Egipto. A nação do antigo Egipto tinha como fronteira a norte o Mar Mediterrâneo, a oeste o deserto da Líbia, a leste o deserto da Arábia e a sul a primeira catarata do rio Nilo.
A história do Antigo Egipto inicia-se em cerca de 3150 a.C., altura em que se verificou a unificação dos reinos do Alto e do Baixo Egipto, e termina em 30 a.C. quando o Egipto, já então sob dominação estrangeira, se transformou numa província do Império Romano, após a derrota da rainha Cleópatra VII na Batalha de Ácio. Durante a sua longa história o Egipto conheceria três grandes períodos marcados pela estabilidade política, prosperidade económica e florescimento artístico, intercalados por três períodos de decadência.
O Egipto foi marcado por vários períodos/épocas entre os quais se destacam: Época Tinita, que corresponde às duas primeiras dinastias egípcias; Império Antigo e Primeiro Período Intermediário na qual a capital Mênfis, se transformou num grande centro económico e cultural; Império Médio, que revela uma certa instabilidade política devido à tomada das fortalezas do sul do Nilo pela Núbia e pela fixação dos povos do Médio Oriente na região oriental do Delta e como consequência da invasão os soberanos egípcios decidem deixar o delta; Segundo Período Intermediário; Império Novo; Terceiro Período Intermediário e Época Baixa; Dinastia Ptolomaica, na qual em 332 a.C., Alexandre, o Grande conquistou o Egipto. Esta época foi baseada no modelo egípcio que teve como base a nova cidade de Alexandria feita para demonstrar o poder e prestígio do estado grego. Finalmente, a Época Greco-Romana, na qual a última representante desta dinastia foi a famosa rainha Cleópatra VII, derrotada em 31 a.C. pelos Romanos na Batalha de Ácio. Em 30 a.C. o Egipto transformou-se numa província de Roma, administrada por um prefeito de origem equestre. Enquanto província, o Egipto teve uma importância fundamental para Roma, pois era do seu território que vinha o cereal do império.
A civilização egípcia foi umas das primeiras grandes civilizações da Humanidade e manteve durante a sua existência uma continuidade nas suas formas políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contactos com o estrangeiro tenha sido também uma realidade.

Sociedade

A sociedade do Antigo Egipto apresentava uma estrutura fortemente hierarquizada.
Em termos gerais podem distinguir-se três níveis com uma importância decrescente: o nível composto pelo faraó (ou seja o Rei que era o comandante supremo do exército com um poder ilimitado, funcionando também como a máxima autoridade judicial e o sumo-sacerdote do Egipto, o elo entre os homens e os deuses e que em teoria era dono de tudo, inclusive dos seus súbditos), nobres e altos funcionários (o funcionário mais importante era o vizir, responsável pela administração do império. Este controlava a arrecadação de impostos, chefiava a polícia, fiscalizava as construções e as obras públicas, além de presidir o mais alto tribunal de justiça e ser o comandante-chefe das tropas); o nível composto por escribas (provenientes das famílias ricas e poderosas, aprendiam a ler e a escrever e dedicavam-se a registar, documentar e contabilizar documentos e actividades da vida no Egipto), altos sacerdotes (que tinham enorme prestígio e poder, tanto espiritual como material, pois administrava as riquezas e os bens dos grandes e ricos templos e que eram também os sábios do Egipto, guardadores do segredos das ciências e dos mistérios religiosos com seus inúmeros deuses), e generais; e por último, o nível composto pelos sacerdotes, agricultores, artesãos, camponeses e escravos, onde se enquadrava a larga maioria da população.

Homens e mulheres usavam adornos como pulseiras, anéis e brincos. Estes adornos continham pedras preciosas e frequentemente amuletos, dado que os Egípcios eram um povo supersticioso, que acreditava por exemplo na existência de dias nefastos. Os dois sexos usavam também maquilhagem. As pinturas para os olhos eram de cor verde e negra. Óleos e cremes eram aplicados sobre o cabelo e a pele como forma de hidratação num clima seco e quente.

Papel da mulher

Apesar de ser praticamente igual ao homem do ponto de vista legal, a mulher no Antigo Egipto estava relegada a uma posição secundária. O título que detinham mais vulgarmente era o de "senhora da casa", termo de respeito que talvez signifique pouco mais do que "Sr.ª Dona". Quase todas eram analfabetas e, portanto, excluídas da burocracia. Regra geral eram também excluídas dos cargos de administração e do governo, com excepção de algumas rainhas que governaram o Egipto como último recurso (enquanto regentes na menoridade do faraó ou em casos em que o faraó não teve filhos do sexo masculino).
A infidelidade feminina era mal vista e poderia ser motivo de divórcio. Os homens com uma posição económica mais elevada poderiam ter, para além da esposa legítima, várias concubinas, o que era visto como um sinal de riqueza.

Cultura



O meio ambiente e os seus impactos

Localizado no nordeste africano de clima semi-árido e chuvas escassas ao longo do ano, o vale do rio Nilo é um oásis a meio de uma região desértica. Durante a época das cheias, o rio depositava nas suas margens uma lama fértil na qual durante a vazante eram cultivados cereais e hortaliças.
O rio Nilo é essencial para a sobrevivência do Egipto. A interacção entre a acção humana e o meio ambiente é evidente na história da civilização egípcia, pois graças à abundância das suas águas era possível irrigar as margens durante o período das cheias. A necessidade da construção de canais para irrigação e de barragens para armazenar água próximo às plantações foi responsável pelo aparecimento do Estado centralizado.

Religião

Não existiu propriamente uma religião entre os Egípcios, no sentido contemporâneo da palavra (a própria palavra "religião" não existia na língua egípcia) A religião egípcia é tradicionalmente classificada como uma religião politeísta, conhecendo-se mais de duas mil divindades. Tratava-se de uma religião nacional, sem aspirações universais, que não era detentora de uma escritura sagrada. O mais importante na religiosidade egípcia não eram as crenças, mas o culto às divindades; assim, a religião egípcia preocupava-se mais com a ortopraxia (uma prática certa) do que com a ortodoxia (uma certa fé). Alguns deuses eram adorados localmente, enquanto outros assumiam um carácter nacional, sobretudo quando estavam associados a uma determinada dinastia.

Morte e cerimónias fúnebres

Os Egípcios acreditavam numa vida para além da morte. Em princípio esta vida estava apenas acessível ao rei, mas após o Primeiro Período Intermediário esta concepção alargou-se a toda a população. Para aceder a esta vida era essencial que o corpo do defunto fosse preservado, razão pela qual se praticou a mumificação.
Segundo crenças egípcias, para se conseguir a vida eterna, o morto deveria mostrar que não tinha pecados. Então, o seu coração era colocado numa balança, tendo de se equilibrar com a "pena da verdade". Caso tivesse sucesso, o morto seria julgado puro. Caso contrário, seria levado à destruição eterna.

Ciência

Não se pode falar em ciência no Antigo Egipto (e em geral na Antiguidade) tendo como referência o conceito actual. O conhecimento entre os antigos Egípcios estava associado aos escribas, às classes sacerdotais e aos templos.
A medicina foi a disciplina que mais se desenvolveu entre os egípcios, sendo famosa na Antiguidade, em particular entre os Gregos. A classe médica dividia-se entre médicos do povo e médicos reais. Os remédios eram compostos por vários elementos, na maioria oriundos do reino vegetal, mas recorria-se também a elementos como os excrementos dos animais, o sangue de lagarto, dente de porco ou pó de natrão que eram aplicados sob a forma de poção, pílula ou em cataplasma.
No campo das matemáticas, os egípcios utilizavam um sistema de cálculo baseado na mão (cinco dedos). A partir daqui vinham as dezenas, dando origem à numeração decimal que se tornaria a base da aritmética egípcia. Calcularam a superfície dos rectângulos e o volume da esfera, dando a pi o valor de, aproximadamente, 3,14. Conhece-se hoje em dia esta matemática graças ao Papiro Rhind e ao Papiro de Moscovo.

Literatura

De uma forma geral, as obras literárias do Antigo Egipto eram anónimas; a literatura do Antigo Egipto inclui textos de carácter religioso (como os hinos às divindades), mas igualmente obras de natureza mais secular, como textos sapienciais, contos e poesia amorosa.
Datam da época do Império Antigo os primeiros textos de literatura sapiencial, um género que consistia numa reflexão dos "sábios" (vizires, escribas) sobre a vida, pretendendo transmitir determinados ensinamentos e apelando à prática de certas virtudes (moderação, justiça, o respeito aos pais…).


Arte

A arte do Antigo Egipto esteve fundamentalmente ao serviço da religião e da realeza. Esta arte obedeceu a cânones precisos ao longo dos seus três mil anos de existência, sendo desvalorizada a inovação.
Uma das regras mais importantes seguidas pelos artistas era a lei da frontalidade, segundo a qual, na figura humana, o tronco era representado de frente, enquanto a cabeça, pernas, pés e olhos eram representados de perfil.
Do Império Antigo notabilizaram-se as pirâmides, mas também deve ser realçado o baixo-relevo e a pintura, que já na época possuíam um elevado grau de perfeição. O Império Novo corresponde à era mais brilhante da arte, fruto da riqueza do Egipto durante este período. São desta época os templos de Karnak e Luxor e os túmulos escavados nas falésias do Vale dos Reis.

Arquitectura


A arquitectura do antigo Egipto inclui algumas das estruturas mais famosas do mundo: a região dos Grandes Pirâmides de Gizé e os templos em Tebas. Vários projectos foram organizados, construídos e financiados pelo Estado para fins religiosos e comemorativos, mas também para reforçar o poder do faraó. Os antigos egípcios eram construtores qualificados, usando ferramentas simples, mas eficazes e instrumentos de observação. Os arquitectos egípcios construíam ainda grandes estruturas de pedra com bastante exactidão e precisão.


Pirâmides



No antigo Egipto foram construídas centenas de pirâmides. As três grandes estão incluídas entre as Sete Maravilhas do Mundo antigo. Até hoje as pirâmides oferecem alguns mistérios para a nossa mente, pois a moderna engenharia não conseguiu ainda explicar como foi possível, naquela época, trazer blocos de pedras de 2 a 10 ou mais toneladas vindas de longe até ao deserto, onde se encontram as pirâmides. Mais complicado ainda se torna explicar como conseguiram carregar pedras sobre pedras até uma altura de 146 metros (a altura da grande pirâmide de Quéops). Outro segredo é explicar porque é que as pirâmides foram construídas com os seus lados rigorosamente voltados para os quatro pontos cardeais.

Templos

Os templos egípcios não eram como as igrejas de hoje. Eram grandiosos, de dimensões enormes, com um portão imponente, amplos pátios abertos, sendo sustentados por gigantescas colunas. Ao fundo ficava a estátua do deus local e nas laterais um pequeno número de outros deuses. Nas fachadas, estátuas colossais dos faraós que mandaram construir os templos. No interior dos templos viviam numerosos sacerdotes, com cabeça raspada e vestidos com uma túnica. Do antigo Egipto sobraram as ruínas de dois grandiosos templos, os de Lúxor e Karnak.
Civilização Romana

Roma Antiga - é o nome da civilização que se desenvolveu na península Itálica durante o século VIII a.C. a partir da cidade de Roma. Durante os seus doze séculos de existência, a civilização Romana transitou da monarquia para uma república oligárquica até se tornar num vasto império que dominou a Europa Ocidental e todo o território em redor do mar Mediterrâneo através da conquista e assimilação cultural. No entanto, um rol de factores sócio-políticos causou o seu declínio e o império foi dividido em dois. A metade ocidental, onde estavam incluídas a Hispânia, a Gália e a Itália entrou em colapso definitivo no séc. V e deu origem a vários reinos independentes; a metade oriental governada a partir de Constantinopla passou a ser referida, pelos historiadores modernos, como Império Bizantino a partir de 476 d.C., data tradicional da queda de Roma e aproveitada pela historiografia para demarcar o início da Idade Média.
A civilização romana é tipicamente inserida na chamada Antiguidade Clássica, juntamente com a Grécia Antiga, que muito lhe inspirou a cultura. Roma contribuiu muito para o desenvolvimento no mundo ocidental no que toca a várias áreas de estudo, como o direito, teoria militar, arte, literatura, arquitectura, linguística, e a sua história persiste como uma grande influência mundial, mesmo nos dias de hoje.

Império Romano



Império Romano é a designação utilizada por convenção para referir o Estado Romano nos séculos que se seguiram à reorganização política efectuada pelo primeiro imperador, César Augusto. Embora Roma possuísse colónias e províncias antes desta data, o estado pré-Augusto é conhecido como República Romana.
Os historiadores fazem a distinção entre o Principado, período de Augusto à crise do terceiro século, e o Domínio ou Dominato que se estende de Diocleciano ao fim do Império Romano do Ocidente. Durante o Principado (da palavra latina princeps, que significa primeiro), a natureza autocrática do regime era velada por designações e conceitos da esfera republicana, manifestando os imperadores relutância em assumir-se como poder imperial. Pelo contrário, no Domínio (palavra com origem em dominus, senhor), estes últimos exibiam claramente os sinais do seu poder, usando coroas, púrpuras e outros ornamentos simbólicos do seu estatuto.


Sociedade



Os principais grupos sociais que se construíram em Roma eram os patrícios, os clientes, os plebeus e os escravos.
• Patrícios: eram grandes proprietários de terras, rebanhos e escravos. Desfrutavam de direitos políticos e podiam desempenhar altas funções públicas no exército, na religião, na justiça ou na administração. Eram os cidadãos romanos.
• Clientes: eram homens livres que se associavam aos patrícios, prestando-lhes diversos serviços pessoais em troca de auxílio económico e protecção social. Constituíam o ponto de apoio da denominação política e militar dos patrícios.
• Plebeus: eram homens e mulheres livres que se dedicavam ao comércio, ao artesanato e aos trabalhos agrícolas.
• Escravos: Representavam uma propriedade, e, assim, o senhor tinha o direito de castigá-los, de vendê-los ou de alugar os seus serviços. Muitos escravos eram eventualmente libertados.

Religião

Desde os tempos da fundação de Roma, havia a crença em muitos deuses. Ao longo dos séculos, os romanos assimilaram numerosas influências religiosas. No princípio, as divindades eram adoradas nos lares. Com a consolidação do Estado, os deuses passaram a ser adorados publicamente, com sacerdotes presidindo às cerimónias. Conquistada a Magna Grécia, os deuses romanos confundiram-se com os gregos, aos quais foram atribuídos nomes latinos.
A expansão territorial e o advento do Império levaram à incorporação de cultos orientais, além daqueles de origem helenística. Os romanos adoravam, por exemplo, o deus persa Mitra, o que incluía a crença num redentor que praticava o baptismo e a comunhão pelo pão e pelo vinho.
Na Judeia, uma das províncias romanas no Oriente, facções políticas locais lutavam nos fins do século I a.C. De um lado, a aristocracia e os sacerdotes judeus aceitavam a dominação romana, pois os primeiros obtinham vantagens comerciais e os segundos mantinham o monopólio da religião. Entre as várias seitas judaicas que coexistiam na região, estavam a dos fariseus, voltados para a vida religiosa e estudo da Torá, e a dos essênios, que pregavam a vinda do Messias, um rei poderoso que lideraria os judeus rumo à independência. Nesse clima de agitação, durante o governo de Otávio, nasceu, em Belém, um judeu chamado Jesus.
Poucas fontes históricas não cristãs mencionam Jesus ou os primeiros anos do Cristianismo. A principal fonte a respeito de sua vida é a dos Evangelhos, que relatam o nascimento e os primeiros anos no modesto lar de um artesão de Nazaré. Há um período sobre o qual praticamente não há informações, até que, aos trinta anos, recebe o baptismo pelas mãos de João Baptista, nas águas do Rio Jordão e começa a pregação de seu ideário. Para os cristãos, Jesus seria o messias esperado pelos judeus. No Sermão da Montanha, descrito nos evangelhos atribuídos a Mateus e Lucas, delineou os princípios básicos de seu pensamento: para Jesus, a moral, como a religião, era essencialmente individual e a virtude não era social, mas de consciência. Pregava a igualdade entre os homens, o perdão e o amor ao próximo.
Grécia

Civilização grega:

A área ocupada pela civilização grega não corresponde à área da Grécia actual.
Hoje em dia a Grécia é denominada República Helénica. No entanto, antigamente a Grécia antiga nunca foi um estado unificado com governo único. A Grécia Antiga era constituída por cidades-estado independentes umas das outras.



A cidade-estado mais influente foi a Acrópole de Atenas. Cada cidade-estado desenvolveu o seu próprio governo, leis, calendário e moeda.
Nas cidades-estado concentrava-se o centro comercial e a manufactura. Lá os artesãos e os operários produziam tecidos, roupas, sandálias, armas e artigos em cerâmica e em vidro.
Na área rural a população dedicava-se à criação de cabras, ovelhas, cavalos. Dedicavam-se igualmente ao cultivo de oliveiras, videiras, trigo e cevada.
Os gregos das várias cidades tinham em comum a língua (apesar dos diferentes sotaques) e a mesma religião. Os gregos reconheciam-se como Helenos e chamavam Bárbaros aos estrangeiros.
Em Atenas as mulheres eram educadas para as tarefas domésticas, de mãe e esposa. A sociedade grega era muito culta, pois até nas classes mais baixas da sociedade existiam homens alfabetizados. Os gregos eram instruídos para cuidarem da mente e do corpo, daí serem tão bons guerreiros e estrategas.
Os Gregos adoravam vários deuses e acreditavam que eles moravam no monte Olimpo. Os deuses eram muito parecidos aos mortais tanto no aspecto como na personalidade.
Os principais deuses gregos são: Zeus (senhor dos deuses), Deméter (deusa da terra), Poseidon (deus do mar), Afrodite (deusa do amor), Apolo (deus da luz e das artes), Díonisio (deus do vinho), Hermes (deus das comunicações) e Hera (deusa protectora das mulheres).

terça-feira, 9 de março de 2010

NEOLÍTICO

Neolítico vem do grego e significa "nova pedra".

    Compreende-se entre 18.000 e 5.000 a.C..

     

Vida em sociedade e hábitos

       É um período importante na evolução do Homem, pois foi uma época em que este desenvolveu melhores técnicas de domínio sobre a natureza, viveu em grupos maiores (clãs e tribos), passando de nómada a sedentário. Para além disso, saiu das cavernas e passou a morar em casas contruídas por ele, aperfeiçoou os seus utensílios de pedra, osso e madeira, polindo-os. Assim surgiram as foices, as lâminas cortantes, as enxadas, os machados e centenas de urtensílios, armas e instrumentos.


        Desde muito cedo, o Homem fixou-se na terra e desenvolveu a agricultura, inclusive com o arado de tracção animal; melhorou os trajes com os teares manuais que faziam roupas de fibras vegetais(linho) e lã.
Este teve a necessidade, depois da sedentarização, de domesticar animais para alimentação e transporte e desenvolveu jangadas, canoas e barcos e navegou pelos mares.       Com a invenção da roda apareceram carroças rudimentares;

Papel da Mulher

      As mulheres tinham como responsabilidades: as tarefas agrícolas e cuidar das crianças, enquanto que os homens se dedicavam à caça, à pesca e às tarefas pesadas.

Religião

      O Homem manifestava a sua religião primitiva, baseada nos fenómenos da natureza(fogo, raios, trovão, tempestades, ventos, chuvas, astros), através da construção de monumentos com grandes pedras. Assim, surgem os monumentos megalíticos(menires e dolmens), que eram grandes pedras fincadas no chão sustentando outras pedras gigantescas.
Foi o início das gigantescas construções que vão surgir com as civilizações seguintes.


Arte

     A arte desenvolveu-se com a gravação de figuras em osso, pedra e madeira, e arte da argila desenvolveu-se com modelagem de potes, vasos, estatuetas e pinturas em cerâmica.

CIVILIZAÇÃO MAIA


Foi uma cultura mesoamericana pré-colombiana, notável pela sua língua escrita (possuíam o único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano), pela sua arte, arquitectura, matemática e sistemas astronómicos.
Inicialmente estabelecidas durante o Período pré-clássico (2000 a.C. a 250 d.C.), muitas cidades Maias atingiram o seu mais elevado estado de desenvolvimento durante o Período clássico (250 d.C. a 900 d.C.), continuando a desenvolver-se durante todo o Período pós-clássico até à chegada dos espanhóis. No seu auge era uma das mais densamente povoadas e culturalmente dinâmicas sociedades do mundo.
Não foram os Maias que originaram a escrita, a epigrafia ou o calendário, mas esta civilização desenvolveu-os plenamente.
Hoje, os seus descendentes formam populações consideráveis em toda a área antiga maia. Muitas línguas Maias continuam ainda a ser faladas como línguas primárias.
A maioria da população rural contemporânea da Guatemala e Belize é Maia por descendência e idioma primário; em áreas rurais do México ainda existe uma cultura maia.
História
Evidências arqueológicas mostram que os Maias começaram a edificar a sua arquitectura cerimonial há 3000 anos.
Os monumentos mais antigos são simples montículos remanescentes de tumbas, precursoras das pirâmides, erguidas mais tarde. Os mais notáveis são as pirâmides que construíram nos centros religiosos, junto aos palácios dos seus governantes. Outros restos arqueológicos muito importantes são as chamadas estelas (os maias chamavam-lhes tetún ou “três pedras”), que são monólitos de proporções consideráveis que descrevem os governantes da época, a sua genealogia, os seus feitos de guerra e outros grandes eventos gravados em caracteres hieroglíficos.
Tinham uma economia preponderantemente agrícola embora praticassem activamente o comércio em toda a Mesoamérica e possivelmente para além desta. Entre os principais produtos do comércio estavam o jade, o cacau, o sal e a obsidiana.

Urbanismo



Ainda que as cidades maias estivessem dispersas na diversidade da geógrafa da Mesoamérica, o efeito do planeamento parecia ser mínimo. As suas cidades foram construídas de uma maneira um pouco descuidada, como ditava a topografia e o declive particular.
No início da construção em grande escala, geralmente estabelecia-se um alinhamento com as direcções cardinais e, dependendo do declive e das disponibilidades de recursos naturais como a água fresca, a cidade crescia interligando grandes praças com numerosas plataformas que formavam os fundamentos de quase todos os edifícios maias, por meio de calçadas chamadas sacbeob (singular sacbe).
No coração das cidades Maias existiam grandes praças rodeadas por edifícios governamentais e religiosos, como a acrópole real, grandes templos de pirâmides e ocasionalmente campos de jogo de bola. Imediatamente para fora destes centros rituais estavam as construções das pessoas menos nobres, templos menores e santuários individuais.
Ainda que a cidade se dispusesse no terreno da forma que a natureza ditava, era dada bastante atenção à orientação dos templos e observatórios para que fossem construídos de acordo com a interpretação maia das órbitas das estrelas.

Sistema de escrita

O sistema de escrita maia (geralmente chamada hieroglífica por uma vaga semelhança com a escrita do antigo Egipto) era uma combinação de símbolos fonéticos e ideogramas. É o único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano que podia representar completamente o idioma falado no mesmo grau de eficiência que o idioma escrito no velho mundo.
Lamentavelmente, os sacerdotes espanhóis, em luta pela conversão religiosa, ordenaram a queima de todos os códices maias logo após a conquista. Assim, a maioria das inscrições que sobreviveram são as que foram gravadas em pedra e isto porque a grande maioria estava situada em cidades já abandonadas quando os espanhóis chegaram.
Os livros maias, normalmente tinham páginas semelhantes a um cartão, feitas de um tecido sobre o qual aplicavam uma película de cal branca e eram pintados os caracteres e desenhadas ilustrações. Os cartões ou páginas eram atados entre si pelas laterais de maneira a formar uma longa fita que era dobrada em zigue-zague para guardar e desdobrada para a leitura.

Livros Maias:

•Chilam Balam
•Popol Vuh (que significa livro da reunião ou comunidade, considerado a Bíblia Maia)
•Rabinal Achí
•Anais dos Caqchiqueles
•Códices maias

Matemática



Os maias (ou os seus predecessores olmecas) desenvolveram independentemente o conceito de zero e utilizavam um sistema de numeração de base 20. As inscrições mostram que, em certas ocasiões, trabalhavam com somas de até centenas de milhões.
Produziram observações astronómicas extremamente precisas; os seus diagramas dos movimentos da Lua e dos planetas se não são iguais, são superiores aos de qualquer outra civilização que tenha trabalhado sem instrumentos ópticos. Aquando da conquista pelos espanhóis, já a civilização Maia tinha o seu sistema de calendários estável e preciso.

Religião

Assim como os astecas e os incas, os maias acreditavam na contagem cíclica natural do tempo. Os rituais e cerimónias eram associados a ciclos terrestres e celestiais que eram observados e registados em calendários separados. Os sacerdotes maias tinham a tarefa de interpretar esses ciclos e fazer um panorama profético sobre o futuro ou o passado com base no número de relações de todos os calendários.
A purificação incluía jejum, abstenção sexual e confissão e era normalmente praticada antes de grandes eventos religiosos.
Os maias acreditavam na existência de três planos principais no cosmo: a Terra, o Céu e o submundo.
Praticavam o sacrifício de humanos e animais como forma de renovar ou estabelecer relações com o mundo dos deuses. Normalmente eram sacrificados pequenos animais, como perus e codornas, mas em ocasiões muito excepcionais (tais como adesão ao trono, falecimento do monarca, enterro de algum membro da família real ou períodos de seca) aconteciam sacrifícios de humanos. Acredita-se que crianças eram muitas vezes oferecidas como vítimas sacrificiais porque os maias acreditavam que essas eram mais puras.
Os deuses maias não eram entidades separadas como os deuses gregos. Também não existia a separação entre o bem e o mal nem a adoração de somente um deus regula, mas sim a adoração de vários deuses conforme a época e situação que melhor se aplicava para aquele deus.

Papel das mulheres



Assim como era concebido pelos Maias, o papel das mulheres limitava-se apenas à reprodução. As jovens das linhagens de elite eram trocadas por mulheres de outras cidades, gerando redes de parentesco vinculadas a todas as regiões do mundo maia, sem a obrigação de se casar com mulheres ou homens da mesma linhagem.
Excepcionalmente, cidades como Palenque e Tikal admitiam que as mulheres da nobreza ocupassem papéis governantes, caso a linha de descendência masculina fosse interrompida.
As normas morais eram extremamente rígidas. O adultério era proibido e as mulheres que traíssem o marido eram mortas por apedrejamento. Como excepção, aceitava-se a poligamia. O divórcio era também aceite e, em caso de insatisfação, era permitido devolver a noiva durante o primeiro ano de casamento.
O consumo de álcool, tabaco e estupefacientes era um privilégio dos homens das castas superiores, que recorriam a estes para facilitar a comunicação com os antepassados e com outras entidades.
A chegada da puberdade era celebrada com um ritual durante o qual eram retirados os acessórios simbólicos da virgindade dos adolescentes: uma conta branca na cabeça dos homens e uma concha na cintura das mulheres.
Os pais dos homens encarregavam um adivinho para estudos astrais e predições sobre o futuro do casal, rejeitando a menina caso encontrasse incompatibilidades no significado dos nomes. Assim como em outras culturas, eles deviam pagar um dote e assumir uma série de compromissos sobre o sustento que o homem daria aos seus sogros no futuro.

Preocupação com o ambiente

Diversos estudos com sedimentos do fundo do mar, mostraram que um longo período de estiagem, incluindo quatro secas severas, caracterizou o momento de decadência dos Maias, nos séc. IX e XX d.C.
Achados arqueológicos revelam que a água era de suma importância para os Maias, já que as cidades tinham um sistema de coleta de água da chuva e de reservatórios.
Uma das possíveis explicações para o fim da civilização histórica, de acordo com pesquisadores, foi a exploração excessiva de um ecossistema frágil.

Calendário Maia



Graças a estudos minuciosos do movimento celeste em observatórios construídos para essa finalidade, os astrónomos maias foram capazes de determinar o ano solar de 365 dias. No calendário maia, havia um ano sagrado (de 260 dias) e um laico (de 365 dias), composto de 18 meses de vinte dias, seguidos de cinco dias considerados nefastos para a realização de qualquer empreendimento. Também adoptavam um dia extra a cada quatro anos, como ocorre no actual ano bissexto. Os dois calendários eram sobrepostos para formar a chamada roda ou calendário circular. Para situar os acontecimentos em ordem cronológica usava-se o método da “conta longa”, a partir do ano zero, correspondente a 3114 a.C. A inscrição da data registava o número de ciclos – kin (dia), uinal (mês), tun (ano), katun (vinte anos), baktun (400 anos) e alautun (64 milhões de anos) – decorridos até à data considerada. Acrescentavam-se ainda informações sobre as fases da Lua e aplicava-se uma fórmula de correcção de calendário que harmonizava a data convencional com a verdadeira posição do dia no ano solar.
A evolução humana

O Homem actual é o resultado de profundas mutações, isto é, de toda uma série de mudanças e alterações de outros seres mais primitivos.



Os hominóides

Actualmente muitos cientistas tendem a pensar que procedemos de um grupo derivado dos prossímios denominado hominóides. Estes apareceram em África há cerca de milhões de anos. Caminhavam erguidos, poderão ter utilizado armas e ferramentas e tinham um cérebro de maiores dimensões do que o de outros símios que, junto com eles, povoavam a terra no período Cenozóico.
Os hominídeos, ramo de que descende o Homem actual, constituem uma das duas linhas diferentes em como evoluíram os hominóides, dando lugar, por outro lado, aos macacos actuais, como o gorila e o chimpanzé. Sendo assim, o homem não procede de nenhum macaco actual, mas de um antepassado comum a todos eles, muito distante no tempo.

O australopiteco

Os primeiros hominídeos (membros da família do Homem) que se conhecem pertencem ao grupo denominado australopitecos, ou “símios meridionais”, que apareceram em África há uns cinco milhões de anos. Estes hominídeos são totalmente diferentes do Ramapithecus. Tinham criado o hábito de andar sobre os membros traseiros, embora não haja nenhuma certeza da razão pela qual desenvolveram essa capacidade. Foram expostas diversas teorias: talvez os descendentes do Ramapithecus tivessem começado a pôr-se de pé, entre as ervas altas, para avistar os predadores, ou talvez se erguessem para se defenderem com paus e ossos. Estas teorias não são inteiramente satisfatórias e a aparição da marcha erecta ainda não se encontra devidamente explicada.
O Australopiteco media pouco mais de 1 m de altura e usava paus ou ossos de animais para caçar. A presença do dedo polegar oponível aos outros quatro dedos – que lhe permitia usar a mão como pinça – facilitou-lhe também o fabrico de utensílios, embora não fosse capaz de acender o fogo.
O primeiro crânio de um australopiteco foi descoberto em 1924 na caverna de Taung, na África do Sul. Este foi chamado de Australopithecus africanus.
Encontraram-se posteriormente restos de Australopithecus noutras cavernas da África do Sul. Em breve se concluiu que existiam dois tipos diferentes. O Australopithecus africanus era um hominídeo pequeno, de estatura leve, com um cérebro pequeno e dentes do tipo humano. O Australopithecus robustus (também conhecido como Paranthoropus) era muito maior, tinha maxilares poderosos e arcadas supraciliares como as de um gorila. Crê-se que estas duas formas possam ter convivido. O Australopithecus africanus parece ter-se alimentado de cadáveres, poderá ter sido caçador e mesmo ter usado paus e ossos como armas. O Australopithecus robustos, porém, parece ter-se alimentado principalmente de vegetais. Simultaneamente, pensa-se, hoje em dia, que nenhum desses hominídeos foi o antepassado directo do homem.

O Homo habilis

Em 1959, aquando de umas escavações na garganta de Olduvai, na Tanzânia, na África Oriental foi descoberto um maciço crânio hominídeo. Alcunharam-no de “homem quebra-nozes”. Posteriormente verificou-se que se tratava de um outro australopiteco robusto e foi-lhe dado o nome de Australopitheco boisei.
A princípio pensou-se que se havia descoberto o fabricante das ferramentas de pedra. Toda a colecção de fósseis tinha 1,75 milhões de anos e eram, por isso, as mais antigas ferramentas que se conheciam até à data. Posteriormente encontraram restos de um outro hominídeo, de compleição mais leve, que era muito diferente dos fósseis dos australopitecos. Os seus membros e pés mostravam que andava bem e tinha fortes mãos preênseis. Como tal, era muito mais provável que as ferramentas de pedra tivessem sido feitas por este hominídeo, o qual foi chamado de Homo habilis ou “homem hábil”.
Uma das diferenças mais nítidas entre o Homo habilis e os australopitecos era o tamanho do cérebro. Enquanto o Australopithecus boisei tinha um cérebro com 500-550 Cm3, o Homo habilis tinha um cérebro com 650 Cm3. Para além disso, o Homo habilis era um pouco mais alto que o australopiteco. Crê-se que os dois hominídeos tenham vivido simultaneamente até cerca de um milhão de anos atrás. O Homo habilis poderá mesmo ter dado caça ao Australopithecus boise e é possível que tenha sido o primeiro ser a utilizar a linguagem oral.
Quando foi descoberto, pensou-se que o Homo habilis fosse o antepassado directo do homem actual. Mas durante os últimos dez anos, aproximadamente, a situação complicou-se bastante. Em 1972, no lago Rudolfo, no Quénia, foram encontrados pedaços de um crânio que pertenciam a um hominídeo aparentemente avançado, pois tinha um cérebro muito maior que o do Homo habilis. Este foi incluído no género Homo, mas ainda não recebeu o nome da espécie. É apenas conhecido pelo número da descoberta, o “1470”. Pensa-se que tenha cerca de dois milhões de anos.
Os cientistas debatem actualmente duas questões principais: Havia dois, três ou mais grupos de hominídeos a viver em África, há dois milhões de anos? E qual dos grupos deu origem aos primeiros homens verdadeiros? As provas sugerem que havia, pelo menos três ou quatro grupos, e desses, os hominídeos “1470” são os mais prováveis antepassados do homem moderno.

O Homo erectus

Há cerca de dois a um milhão de anos, os descendentes dos primeiros hominídeos evoluíram rapidamente e espalharam-se pela Ásia e Europa. Tinha aparecido o verdadeiro homem.
Em 1871, Charles Darwin sugeriu que os antepassados do Homem seriam descobertos em África. Na mesma altura, outros cientistas sugeriram que o orangotango – o “velho da floresta” – estava próximo de ser um antepassado humano. Perante isto, em 1891, encontraram-se restos fossilizados do homem em Trinil, nas margens do rio Solo, na ilha de Java, nomeadamente a parte superior de um crânio fossilizado, um dente e um fémur. Este foi considerado também um dos antepassados do Homem ao qual foi dado o nome de Pithecanthropus erectus.
Durante muitos anos, desde o início do séc. XX até cerca da década de 30, foram encontrados diferentes fósseis que receberam todos nomes diferentes. Actualmente todos se encontram agrupados sob o mesmo nome – Homo erectus.
O Homo erectus era muito diferente do dos primitivos hominídeos. O seu crânio era mais espesso, tinha grandes arcadas supraciliares por cima dos olhos e os seus cérebros eram muito maiores. A sua maior particularidade era o facto de caminharem numa posição mais erecta, ou seja, de pé. Alguns deles tinham a altura do homem actual, mudança que está relacionada com a transição de alimentação em pequena escala de animais mortos para a caça em larga escala. Para além disto, apresentava uma inteligência e uma cultura muito superiores às dos outros hominídeos anteriores a ele.

Homo sapiens neanderthalensis

A partir de certos grupos de Homo erectus apareceram os primeiros Homo sapiens, há aproximadamente meio milhão de anos. Viveram até há 30 000 anos, momento em que foram substituídos por selecção natural pelo homem moderno, o Homo sapiens sapiens.

Homo sapiens sapiens

Há cerca de 30 000 anos, o homem moderno vivia na Europa. Os seus fósseis, instrumentos e pinturas demonstram que era muito diferente do Homo erectus ou do Homem de Neanderthal. Mas o homem moderno apareceu subitamente e não há certezas quanto às suas origens.
O homem moderno é designado pelo nome latino de Homo sapiens sapiens. Este apareceu por evolução gradual do homem de Neanderthal em África e na Ásia, enquanto na Europa parece ter havido uma substituição drástica, vindo-se a chamar nesta zona homem de Cro-Magnon, exactamente igual ao homem de hoje.
Pouco se sabe das origens do homem Cro-Magnon. Há provas de viverem na Europa formas do homem mais avançadas que o Homo erectus há cerca de 250 000 anos. Foram encontrados pedaços de crânios em Swandsscombe, na Inglaterra, e Steinham, na Alemanha, que poderiam ter sido formas intermédias entre o Homo erectus e o Homo sapiens.
A primeira prova da existência do homem moderno provém de crânios descobertos em Israel. Têm 35 000 a 50 000 anos de existência. Encontrou-se também na Etiópia um crânio muito mais antigo, talvez com 120 000 anos. Sendo assim, possivelmente os antepassados dos Cro-Magnon terão vivido no Norte de África. Daí deverão ter migrado para o Médio Oriente e Ásia. Cerca do final da última Idade do Gelo mudaram-se para a Europa, onde expulsaram os homens de Neanderthal ou cruzaram-se com eles.
Seja qual for a sua origem, o homem de Cro-Magnon era ainda um caçador. Não guardava animais nem fazia culturas. Vivia em cavernas e fazia utensílios de pedra extremamente úteis.
Simultaneamente, o homem começava a revelar a sua capacidade artística. Como a caça requeria muito pouco tempo, o homem de Cro-Magnon tinha bastante tempo para se dedicar a outros assuntos. Há cerca de 25 000 anos, alguns dos povos europeus modelavam já pequenas figuras de argila e esculpiam estatuetas de marfim em miniatura. Também faziam jóias em conchas, dentes, ossos, argila e outros materiais.
Os homens de Cro-Magnon viviam perto das aberturas das cavernas e, provavelmente, mudavam-se mais para o interior durante o Inverno. Foi nas paredes das suas cavernas que o homem começou a traçar desenhos. A princípio eram apenas contornos feitos com o dedo ou com um pau, mas mesmo esses desenhos revelam que os artistas possuíam um excelente conhecimento dos animais e da sua anatomia. Posteriormente, começaram a colorir os desenhos utilizando pigmentos da terra existente no local. Talvez tivessem feito pincéis com pêlos de animais, extremidades aparadas de paus ou pedaços de musgo. Frequentemente, o artista gravava parte da sua pintura na parede da caverna.
Ninguém sabe por que motivo as pinturas foram feitas em zonas tão interiores das cavernas. Deve ter sido muito difícil trabalhar aí, pelo que o homem utilizava escadas primitivas feitas de ramos de árvores para alcançar as partes mais elevadas das paredes da caverna. A luz era fornecida por uma vela constituída por um pavio de musgo a arder numa gamela de argila com gordura animal. Algumas das pinturas foram provavelmente feitas por gosto, enquanto outras poderão estar relacionadas com religião ou magia, de modo a assegurar êxito nas caçadas ou ter feito parte de ritos iniciáticos, quando os rapazes atingiam idade suficiente para se tornarem caçadores.
Os homens Cro-Magnon foram os últimos caçadores do Paleolítico. À medida que os lençóis de gelo começaram a recuar há 12 000 anos, as culturas do Mesolítico começaram a desenvolver-se. Por essa altura, o homem já tinha alcançado todas as partes do Mundo e as diversas raças do homem moderno já se encontravam em evolução.
Na actualidade, a espécie humana continua a evoluir, embora a sua evolução natural esteja condicionada.

A Ascensão do Homem

Antes dos macacos

O Homem pertence ao grupo de mamíferos designados como primatas. Este grupo evoluiu no início da história dos mamíferos, durante o final do período Cretácico. Os antepassados dos primatas foram animais insectívoros arborícolas, provavelmente muito semelhantes aos modernos musaranhos arborícolas do Sudeste Asiático.
Todos os primatas têm determinadas características em comum: têm cinco dedos nas mãos e nos pés; podem utilizar as mãos (e muitas vezes os pés) para agarrar objectos; em vez de garras, possuem unhas achatadas que ajudam a proteger as cabeças dos dedos; têm quatro tipos de dentes – incisivos, caninos, pré-molares e molares ; as suas faces são geralmente achatadas; têm olhos voltados para a frente, o que lhes proporciona uma visão binocular ou estereoscópica, permitindo uma melhor avaliação da distância; o seu sentido de olfacto não é tão bom como o dos outros animais. Outra característica importante dos primatas é o facto de se ocuparem durante mais tempo das suas crias do que os outros mamíferos. Isto dá às crias mais probabilidades de aprenderem com os pais, e daí resulta que as crias primatas têm muito mais capacidade de aprender que os outros mamíferos. Ao mesmo tempo, do longo período de cuidados paternos parece ter resultado a formação de grupos familiares, com complicadas estruturas sociais. O comportamento social é uma das mais importantes características do Homem.
Contudo, apesar destas características gerais, os primatas nunca se tornaram animais altamente especializados. Daí resultou nuca se terem restringido a uma determinada forma de vida, embora se tenha verificado uma evolução e existirem diferenças óbvias entre o Homem, os macacos e os restantes primatas. Mas o Homem é um animal mais generalizado que especializado, o que o tornou adaptável e lhe deu tanto êxito.
O Homem e os símios (macacos verdadeiros) pertencem ao grupo dos primatas. Todos os outros primatas pertencem à ordem dos promíssios – nome que significa, à letra, “antes dos símios”. Entre os promíssios modernos contam-se os lémures e os lóris.
Os cientistas pensam que o Purgatorius que viveu no Período Cretácico, é o primata mais antigo que se conhece. Contudo, essa criatura era muito semelhante a um condilastro e a sua classificação como primata é incerta. O primeiro primata conhecido com segurança é o Pleisiadapis, que viveu no Paleocénico. Este animal semelhante a um roedor, tinha garras e focinho pontiagudo. Poderá ter vivido na terra ou nas árvores, corrrendo outros ramos, como um esquilo.
Durante o Eocénico, apareceram diversos tipos de promíssios. Alguns deles, com o Tetotnius e o Necrolemus, eram semelhantes aos modernos tarsiídeos. Outros, como o Adapis e o Noctarctus eram semelhantes aos lémures. Os promíssios eocénicos eram animais arborícolas, que se alimentavam de insectos, folhas, frutos e ovos de aves. Tinham cérebros relativamente grandes, olhos voltados para a frente e mãos próprias para agarrar. Alguns deles estavam bem adaptados para saltar de ramo em ramo. Um dos grupos, os hominídeos, deu provavelmente origem aos símios.
Os antepassados símios do Homem
Há milhões de anos, os macacos percorriam as florestas africanas até que há cerca de 10 milhões de anos, as pastagens começaram a substituir as florestas e os antepassados do Homem desceram das árvores.
Os primeiros primatas apareceram na América do Norte, daí que os promíssios se tenham espalhado por todo o Mundo. Contudo, à medida que os continentes se afastavam, os seus descendentes evoluíram em dois grupos diferentes. Os macacos do Novo Mundo são os que vivem nas Américas. Têm narizes largos e achatados e as narinas são afastadas e abrem para o lado. Muitos deles têm caudas preênseis. Os macacos do velho mundo são os que vivem na África e na Ásia. Têm as narinas próximas e abertas para a frente e nenhum deles tem cauda preênsil.
Estes dois tipos de símios apareceram no Oligocénico e podem ter evoluído a partir de antepassados prossímios diferentes. Os gorilas também apareceram no Oligocénico mas estavam (e ainda estão) confinados ao Velho Mundo. Uma das principais diferenças físicas entre os gorilas e os macacos consiste no facto de os macacos terem cauda e os gorilas não.

Os primeiros antropóides de que há conhecimento são os Oligopithecus, Propliopithecus e Aegyptopithecus. Os seus fósseis conhecem-se através dos depósitos oligocénicos de Faium, no Egipto. Durante essa época, a região de Faium (actualmente desértica) estava coberta de florestas e grandes rios. O Oligopithecus, o mais antigo dos três, tinha algumas características dos prossímicos homomídeos, além de características de símio. O Proplipithecus era uma forma mais avançada e poderá ter sido o antepassado de todos os posteriores macacos Antropóides e homens do Velho Mundo. O Aegyptopithecus era uma criatura arborícola pequena, com características Antropóides definidas.
Durante o Miocénico, os símios viveram por toda a África e espalharam-se mesmo para a Europa e Ásia. Estes são geralmente agrupados, no seu conjunto, como driopitecos, ou “símios-dos-carvalhos”. Os seus fósseis encontram-se frequentemente junto das folhas dos carvalhos.
Entre os tipos de início do Miocénico contam-se o Proconsul, Rangwapithecus, Limnopithecus e Dentropithecus. Todos estes desapareceram no final do Miocénico, sendo substituídos por diversas espécies, todas elas incluídas no género Dryopithecus. Crê-se que o Dendropithecus tenha sido o antepassado dos modernos gibões.
Por volta do final do Miocénico, o clima de África mudou. As florestas começaram a desaparecer e as pastagens espalharam-se pela terra. Alguns dos símios conseguiram adaptar-se, descendo das árvores e passando a alimentar-se no solo.
Um desses símios antropóides é conhecido pelo nome de Ramapithecus. Encontram-se crânios fossilizados deste animal no Quénia e em diversas partes da Ásia e Europa. O seu crânio tinha, em geral, características antropóides, mas possuía também algumas características humanas. Daí resultou que o Ramapithecus seja considerado, de maneira geral, como o antepassado símio do Homem. Este ser poderá ter-se alimentado de sementes das ervas e, como tal, é provável que se deitasse no chão e apanhasse as sementes com as mãos.
A seguir ao Ramapithecus, há uma vasta lacuna no registo de fósseis. Apenas se conhecem alguns fragmentos de fósseis nos 5 milhões de anos que se seguiram. Mas durante esse período, evoluíram os primeiros seres realmente semelhantes ao Homem.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A evolução das espécies e o Homem

A teoria da evolução

           Foi no séc. XVIII que surgiram as primeiras teorias evolucionistas como tentativas de explicar com rigor científico a variação das espécies. Foi nesse momento que Lamarck realizou uma classificação dos animais segundo critérios de evolução, acertando na maioria dos casos. Segundo este autor, os seres constituídos por uma só célula representam as primeiras fases de evolução, sendo os mamíferos os seres considerados mais evoluídos. Lamarck, no entanto, enganou-se ao pensar que os pais também transmitiam aos filhos os caracteres adquiridos ao longo da vida e não só aqueles que tinham herdado previamente.
           Uma outra teoria da evolução foi a elaborada por Darwin cujas ideias básicas eram a selecção natural e a luta pela vida. Para Darwin, a vida na Terra está em constante evolução e mudança, sendo a selecção natural das espécies que melhor se adaptem às condições do meio em que vivem que produz esta evolução. Também entre as espécies que competem pelo lugar e pelos alimentos num determinado meio se produz uma luta pela vida em que, inexoravelmente, triunfam as espécies melhor adaptadas e desaparecem as espécies pior adaptadas.
            Hoje aceita-se que as bases bioquímicas e celular da teoria de Darwin assentam nas mutações do DNA (ácido desoxirribonucleico), que provocam muitas mudanças nos caracteres hereditários dos indivíduos.
            Por conseguinte, a evolução e a genética explicam assim a enorme variedade de seres vivos que foram aparecendo através dos tempos e que continuam a transformar-se e a adaptar-se ao meio em que se encontram. A genética, especialmente a genética molecular, permite-nos afirmar que a variabilidade de seres vivos se deve às diferenças existentes entre os respectivos DNA. Isto significa que duas espécies são diferentes porque a sua informação genética, contida no seu DNA, também é diferente.
           As alterações que se produzem nessa mesma informação genética são designadas por mutações e constituem a base da evolução. Estas mutações melhoram a capacidade adaptativa da espécie, que se verá desse modo favorecida pela selecção natural. No entanto, existem também mutações prejudiciais, pelas quais os indivíduos perdem capacidade de adaptação e mutações indiferentes, ou seja, mudanças que não causam prejuízos nem benefícios aos indivíduos nem às espécies que os herdam.