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terça-feira, 16 de março de 2010

Antigo Egipto


História

Os Antigos Egípcios foram o resultado de uma mistura das várias populações que se fixaram no Egipto ao longo dos tempos, oriundas do nordeste africano, da África Negra e da área semítica. Antigo Egipto é a expressão que define a civilização da Antiguidade que se desenvolveu no canto nordeste do continente africano, onde actualmente se localiza o país Egipto. A nação do antigo Egipto tinha como fronteira a norte o Mar Mediterrâneo, a oeste o deserto da Líbia, a leste o deserto da Arábia e a sul a primeira catarata do rio Nilo.
A história do Antigo Egipto inicia-se em cerca de 3150 a.C., altura em que se verificou a unificação dos reinos do Alto e do Baixo Egipto, e termina em 30 a.C. quando o Egipto, já então sob dominação estrangeira, se transformou numa província do Império Romano, após a derrota da rainha Cleópatra VII na Batalha de Ácio. Durante a sua longa história o Egipto conheceria três grandes períodos marcados pela estabilidade política, prosperidade económica e florescimento artístico, intercalados por três períodos de decadência.
O Egipto foi marcado por vários períodos/épocas entre os quais se destacam: Época Tinita, que corresponde às duas primeiras dinastias egípcias; Império Antigo e Primeiro Período Intermediário na qual a capital Mênfis, se transformou num grande centro económico e cultural; Império Médio, que revela uma certa instabilidade política devido à tomada das fortalezas do sul do Nilo pela Núbia e pela fixação dos povos do Médio Oriente na região oriental do Delta e como consequência da invasão os soberanos egípcios decidem deixar o delta; Segundo Período Intermediário; Império Novo; Terceiro Período Intermediário e Época Baixa; Dinastia Ptolomaica, na qual em 332 a.C., Alexandre, o Grande conquistou o Egipto. Esta época foi baseada no modelo egípcio que teve como base a nova cidade de Alexandria feita para demonstrar o poder e prestígio do estado grego. Finalmente, a Época Greco-Romana, na qual a última representante desta dinastia foi a famosa rainha Cleópatra VII, derrotada em 31 a.C. pelos Romanos na Batalha de Ácio. Em 30 a.C. o Egipto transformou-se numa província de Roma, administrada por um prefeito de origem equestre. Enquanto província, o Egipto teve uma importância fundamental para Roma, pois era do seu território que vinha o cereal do império.
A civilização egípcia foi umas das primeiras grandes civilizações da Humanidade e manteve durante a sua existência uma continuidade nas suas formas políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contactos com o estrangeiro tenha sido também uma realidade.

Sociedade

A sociedade do Antigo Egipto apresentava uma estrutura fortemente hierarquizada.
Em termos gerais podem distinguir-se três níveis com uma importância decrescente: o nível composto pelo faraó (ou seja o Rei que era o comandante supremo do exército com um poder ilimitado, funcionando também como a máxima autoridade judicial e o sumo-sacerdote do Egipto, o elo entre os homens e os deuses e que em teoria era dono de tudo, inclusive dos seus súbditos), nobres e altos funcionários (o funcionário mais importante era o vizir, responsável pela administração do império. Este controlava a arrecadação de impostos, chefiava a polícia, fiscalizava as construções e as obras públicas, além de presidir o mais alto tribunal de justiça e ser o comandante-chefe das tropas); o nível composto por escribas (provenientes das famílias ricas e poderosas, aprendiam a ler e a escrever e dedicavam-se a registar, documentar e contabilizar documentos e actividades da vida no Egipto), altos sacerdotes (que tinham enorme prestígio e poder, tanto espiritual como material, pois administrava as riquezas e os bens dos grandes e ricos templos e que eram também os sábios do Egipto, guardadores do segredos das ciências e dos mistérios religiosos com seus inúmeros deuses), e generais; e por último, o nível composto pelos sacerdotes, agricultores, artesãos, camponeses e escravos, onde se enquadrava a larga maioria da população.

Homens e mulheres usavam adornos como pulseiras, anéis e brincos. Estes adornos continham pedras preciosas e frequentemente amuletos, dado que os Egípcios eram um povo supersticioso, que acreditava por exemplo na existência de dias nefastos. Os dois sexos usavam também maquilhagem. As pinturas para os olhos eram de cor verde e negra. Óleos e cremes eram aplicados sobre o cabelo e a pele como forma de hidratação num clima seco e quente.

Papel da mulher

Apesar de ser praticamente igual ao homem do ponto de vista legal, a mulher no Antigo Egipto estava relegada a uma posição secundária. O título que detinham mais vulgarmente era o de "senhora da casa", termo de respeito que talvez signifique pouco mais do que "Sr.ª Dona". Quase todas eram analfabetas e, portanto, excluídas da burocracia. Regra geral eram também excluídas dos cargos de administração e do governo, com excepção de algumas rainhas que governaram o Egipto como último recurso (enquanto regentes na menoridade do faraó ou em casos em que o faraó não teve filhos do sexo masculino).
A infidelidade feminina era mal vista e poderia ser motivo de divórcio. Os homens com uma posição económica mais elevada poderiam ter, para além da esposa legítima, várias concubinas, o que era visto como um sinal de riqueza.

Cultura



O meio ambiente e os seus impactos

Localizado no nordeste africano de clima semi-árido e chuvas escassas ao longo do ano, o vale do rio Nilo é um oásis a meio de uma região desértica. Durante a época das cheias, o rio depositava nas suas margens uma lama fértil na qual durante a vazante eram cultivados cereais e hortaliças.
O rio Nilo é essencial para a sobrevivência do Egipto. A interacção entre a acção humana e o meio ambiente é evidente na história da civilização egípcia, pois graças à abundância das suas águas era possível irrigar as margens durante o período das cheias. A necessidade da construção de canais para irrigação e de barragens para armazenar água próximo às plantações foi responsável pelo aparecimento do Estado centralizado.

Religião

Não existiu propriamente uma religião entre os Egípcios, no sentido contemporâneo da palavra (a própria palavra "religião" não existia na língua egípcia) A religião egípcia é tradicionalmente classificada como uma religião politeísta, conhecendo-se mais de duas mil divindades. Tratava-se de uma religião nacional, sem aspirações universais, que não era detentora de uma escritura sagrada. O mais importante na religiosidade egípcia não eram as crenças, mas o culto às divindades; assim, a religião egípcia preocupava-se mais com a ortopraxia (uma prática certa) do que com a ortodoxia (uma certa fé). Alguns deuses eram adorados localmente, enquanto outros assumiam um carácter nacional, sobretudo quando estavam associados a uma determinada dinastia.

Morte e cerimónias fúnebres

Os Egípcios acreditavam numa vida para além da morte. Em princípio esta vida estava apenas acessível ao rei, mas após o Primeiro Período Intermediário esta concepção alargou-se a toda a população. Para aceder a esta vida era essencial que o corpo do defunto fosse preservado, razão pela qual se praticou a mumificação.
Segundo crenças egípcias, para se conseguir a vida eterna, o morto deveria mostrar que não tinha pecados. Então, o seu coração era colocado numa balança, tendo de se equilibrar com a "pena da verdade". Caso tivesse sucesso, o morto seria julgado puro. Caso contrário, seria levado à destruição eterna.

Ciência

Não se pode falar em ciência no Antigo Egipto (e em geral na Antiguidade) tendo como referência o conceito actual. O conhecimento entre os antigos Egípcios estava associado aos escribas, às classes sacerdotais e aos templos.
A medicina foi a disciplina que mais se desenvolveu entre os egípcios, sendo famosa na Antiguidade, em particular entre os Gregos. A classe médica dividia-se entre médicos do povo e médicos reais. Os remédios eram compostos por vários elementos, na maioria oriundos do reino vegetal, mas recorria-se também a elementos como os excrementos dos animais, o sangue de lagarto, dente de porco ou pó de natrão que eram aplicados sob a forma de poção, pílula ou em cataplasma.
No campo das matemáticas, os egípcios utilizavam um sistema de cálculo baseado na mão (cinco dedos). A partir daqui vinham as dezenas, dando origem à numeração decimal que se tornaria a base da aritmética egípcia. Calcularam a superfície dos rectângulos e o volume da esfera, dando a pi o valor de, aproximadamente, 3,14. Conhece-se hoje em dia esta matemática graças ao Papiro Rhind e ao Papiro de Moscovo.

Literatura

De uma forma geral, as obras literárias do Antigo Egipto eram anónimas; a literatura do Antigo Egipto inclui textos de carácter religioso (como os hinos às divindades), mas igualmente obras de natureza mais secular, como textos sapienciais, contos e poesia amorosa.
Datam da época do Império Antigo os primeiros textos de literatura sapiencial, um género que consistia numa reflexão dos "sábios" (vizires, escribas) sobre a vida, pretendendo transmitir determinados ensinamentos e apelando à prática de certas virtudes (moderação, justiça, o respeito aos pais…).


Arte

A arte do Antigo Egipto esteve fundamentalmente ao serviço da religião e da realeza. Esta arte obedeceu a cânones precisos ao longo dos seus três mil anos de existência, sendo desvalorizada a inovação.
Uma das regras mais importantes seguidas pelos artistas era a lei da frontalidade, segundo a qual, na figura humana, o tronco era representado de frente, enquanto a cabeça, pernas, pés e olhos eram representados de perfil.
Do Império Antigo notabilizaram-se as pirâmides, mas também deve ser realçado o baixo-relevo e a pintura, que já na época possuíam um elevado grau de perfeição. O Império Novo corresponde à era mais brilhante da arte, fruto da riqueza do Egipto durante este período. São desta época os templos de Karnak e Luxor e os túmulos escavados nas falésias do Vale dos Reis.

Arquitectura


A arquitectura do antigo Egipto inclui algumas das estruturas mais famosas do mundo: a região dos Grandes Pirâmides de Gizé e os templos em Tebas. Vários projectos foram organizados, construídos e financiados pelo Estado para fins religiosos e comemorativos, mas também para reforçar o poder do faraó. Os antigos egípcios eram construtores qualificados, usando ferramentas simples, mas eficazes e instrumentos de observação. Os arquitectos egípcios construíam ainda grandes estruturas de pedra com bastante exactidão e precisão.


Pirâmides



No antigo Egipto foram construídas centenas de pirâmides. As três grandes estão incluídas entre as Sete Maravilhas do Mundo antigo. Até hoje as pirâmides oferecem alguns mistérios para a nossa mente, pois a moderna engenharia não conseguiu ainda explicar como foi possível, naquela época, trazer blocos de pedras de 2 a 10 ou mais toneladas vindas de longe até ao deserto, onde se encontram as pirâmides. Mais complicado ainda se torna explicar como conseguiram carregar pedras sobre pedras até uma altura de 146 metros (a altura da grande pirâmide de Quéops). Outro segredo é explicar porque é que as pirâmides foram construídas com os seus lados rigorosamente voltados para os quatro pontos cardeais.

Templos

Os templos egípcios não eram como as igrejas de hoje. Eram grandiosos, de dimensões enormes, com um portão imponente, amplos pátios abertos, sendo sustentados por gigantescas colunas. Ao fundo ficava a estátua do deus local e nas laterais um pequeno número de outros deuses. Nas fachadas, estátuas colossais dos faraós que mandaram construir os templos. No interior dos templos viviam numerosos sacerdotes, com cabeça raspada e vestidos com uma túnica. Do antigo Egipto sobraram as ruínas de dois grandiosos templos, os de Lúxor e Karnak.

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