Homer Evolution

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terça-feira, 9 de março de 2010

A Ascensão do Homem

Antes dos macacos

O Homem pertence ao grupo de mamíferos designados como primatas. Este grupo evoluiu no início da história dos mamíferos, durante o final do período Cretácico. Os antepassados dos primatas foram animais insectívoros arborícolas, provavelmente muito semelhantes aos modernos musaranhos arborícolas do Sudeste Asiático.
Todos os primatas têm determinadas características em comum: têm cinco dedos nas mãos e nos pés; podem utilizar as mãos (e muitas vezes os pés) para agarrar objectos; em vez de garras, possuem unhas achatadas que ajudam a proteger as cabeças dos dedos; têm quatro tipos de dentes – incisivos, caninos, pré-molares e molares ; as suas faces são geralmente achatadas; têm olhos voltados para a frente, o que lhes proporciona uma visão binocular ou estereoscópica, permitindo uma melhor avaliação da distância; o seu sentido de olfacto não é tão bom como o dos outros animais. Outra característica importante dos primatas é o facto de se ocuparem durante mais tempo das suas crias do que os outros mamíferos. Isto dá às crias mais probabilidades de aprenderem com os pais, e daí resulta que as crias primatas têm muito mais capacidade de aprender que os outros mamíferos. Ao mesmo tempo, do longo período de cuidados paternos parece ter resultado a formação de grupos familiares, com complicadas estruturas sociais. O comportamento social é uma das mais importantes características do Homem.
Contudo, apesar destas características gerais, os primatas nunca se tornaram animais altamente especializados. Daí resultou nuca se terem restringido a uma determinada forma de vida, embora se tenha verificado uma evolução e existirem diferenças óbvias entre o Homem, os macacos e os restantes primatas. Mas o Homem é um animal mais generalizado que especializado, o que o tornou adaptável e lhe deu tanto êxito.
O Homem e os símios (macacos verdadeiros) pertencem ao grupo dos primatas. Todos os outros primatas pertencem à ordem dos promíssios – nome que significa, à letra, “antes dos símios”. Entre os promíssios modernos contam-se os lémures e os lóris.
Os cientistas pensam que o Purgatorius que viveu no Período Cretácico, é o primata mais antigo que se conhece. Contudo, essa criatura era muito semelhante a um condilastro e a sua classificação como primata é incerta. O primeiro primata conhecido com segurança é o Pleisiadapis, que viveu no Paleocénico. Este animal semelhante a um roedor, tinha garras e focinho pontiagudo. Poderá ter vivido na terra ou nas árvores, corrrendo outros ramos, como um esquilo.
Durante o Eocénico, apareceram diversos tipos de promíssios. Alguns deles, com o Tetotnius e o Necrolemus, eram semelhantes aos modernos tarsiídeos. Outros, como o Adapis e o Noctarctus eram semelhantes aos lémures. Os promíssios eocénicos eram animais arborícolas, que se alimentavam de insectos, folhas, frutos e ovos de aves. Tinham cérebros relativamente grandes, olhos voltados para a frente e mãos próprias para agarrar. Alguns deles estavam bem adaptados para saltar de ramo em ramo. Um dos grupos, os hominídeos, deu provavelmente origem aos símios.
Os antepassados símios do Homem
Há milhões de anos, os macacos percorriam as florestas africanas até que há cerca de 10 milhões de anos, as pastagens começaram a substituir as florestas e os antepassados do Homem desceram das árvores.
Os primeiros primatas apareceram na América do Norte, daí que os promíssios se tenham espalhado por todo o Mundo. Contudo, à medida que os continentes se afastavam, os seus descendentes evoluíram em dois grupos diferentes. Os macacos do Novo Mundo são os que vivem nas Américas. Têm narizes largos e achatados e as narinas são afastadas e abrem para o lado. Muitos deles têm caudas preênseis. Os macacos do velho mundo são os que vivem na África e na Ásia. Têm as narinas próximas e abertas para a frente e nenhum deles tem cauda preênsil.
Estes dois tipos de símios apareceram no Oligocénico e podem ter evoluído a partir de antepassados prossímios diferentes. Os gorilas também apareceram no Oligocénico mas estavam (e ainda estão) confinados ao Velho Mundo. Uma das principais diferenças físicas entre os gorilas e os macacos consiste no facto de os macacos terem cauda e os gorilas não.

Os primeiros antropóides de que há conhecimento são os Oligopithecus, Propliopithecus e Aegyptopithecus. Os seus fósseis conhecem-se através dos depósitos oligocénicos de Faium, no Egipto. Durante essa época, a região de Faium (actualmente desértica) estava coberta de florestas e grandes rios. O Oligopithecus, o mais antigo dos três, tinha algumas características dos prossímicos homomídeos, além de características de símio. O Proplipithecus era uma forma mais avançada e poderá ter sido o antepassado de todos os posteriores macacos Antropóides e homens do Velho Mundo. O Aegyptopithecus era uma criatura arborícola pequena, com características Antropóides definidas.
Durante o Miocénico, os símios viveram por toda a África e espalharam-se mesmo para a Europa e Ásia. Estes são geralmente agrupados, no seu conjunto, como driopitecos, ou “símios-dos-carvalhos”. Os seus fósseis encontram-se frequentemente junto das folhas dos carvalhos.
Entre os tipos de início do Miocénico contam-se o Proconsul, Rangwapithecus, Limnopithecus e Dentropithecus. Todos estes desapareceram no final do Miocénico, sendo substituídos por diversas espécies, todas elas incluídas no género Dryopithecus. Crê-se que o Dendropithecus tenha sido o antepassado dos modernos gibões.
Por volta do final do Miocénico, o clima de África mudou. As florestas começaram a desaparecer e as pastagens espalharam-se pela terra. Alguns dos símios conseguiram adaptar-se, descendo das árvores e passando a alimentar-se no solo.
Um desses símios antropóides é conhecido pelo nome de Ramapithecus. Encontram-se crânios fossilizados deste animal no Quénia e em diversas partes da Ásia e Europa. O seu crânio tinha, em geral, características antropóides, mas possuía também algumas características humanas. Daí resultou que o Ramapithecus seja considerado, de maneira geral, como o antepassado símio do Homem. Este ser poderá ter-se alimentado de sementes das ervas e, como tal, é provável que se deitasse no chão e apanhasse as sementes com as mãos.
A seguir ao Ramapithecus, há uma vasta lacuna no registo de fósseis. Apenas se conhecem alguns fragmentos de fósseis nos 5 milhões de anos que se seguiram. Mas durante esse período, evoluíram os primeiros seres realmente semelhantes ao Homem.

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